Um "cigarro" que é feito de tabaco, mas não é queimado, e gera vapor em vez de fumaça é a estratégia da Philip Morris International (PMI) para diversificar seus produtos, alvo de legislações antifumo apoiadas por organizações de saúde.
Testado em 2014 em Milão (Itália) e em Nagoya (Japão), o iQOS —equipamento em que o fumo é aquecido a 250⁰C— foi lançado em toda a Suíça em agosto de 2015.
Em novembro, foi a vez das cidades de Bucareste (Romênia), Moscou e Lisboa.
Está em curso o lançamento em Turim e Roma, na Itália, e em todo o Japão.
"É muito cedo para especular sobre os resultados nestas cidades", diz a multinacional, que não divulga qual a receita obtida com o iQOS.
A projeção da PMI é que, em de cinco a dez anos, esses produtos -classificados pela empresa como de "potencial de risco reduzido"- representem de 10% a 15% do portfólio da companhia.
O crescimento do mercado de alternativas ao cigarro tradicional tem provocado debates entre grupos de controle do tabagismo. Alguns defendem os eletrônicos para reduzir danos, mas a diminuição do risco não é consenso nem é referendada por organizações antitabaco.
AMÉRICA LATINA
A Philip Morris estuda a possibilidade de lançar o iQOS na América Latina, mas não cita prazos. No Brasil, onde a regulação é mais rígida em relação a países como os da União Europeia, o produto pode encontrar restrições, segundo especialistas.
A empresa diz que sua área de Pesquisa e Desenvolvimento, sediada na Suíça, vem desenvolvendo há mais de uma década tecnologias com potencial para reduzir o risco do tabaco, com orçamento superior a US$ 2 bilhões.
Nos testes em Milão e em Nagoya, a companhia afirmou que o iQOS alcançou, em menos de um ano, uma participação entre os adultos fumantes de aproximadamente 6% na cidade japonesa (3% se forem excluídos os que compraram vários dispositivos e/ou não têm acesso a "HeatSticks", os cilindros de tabaco) e mais de 1% na italiana.
Os preços variam de acordo com o mercado. Na Itália, o dispositivo para aquecer o fumo custa € 70 (cerca de R$ 300) e o pacote com 20 cilindros de tabaco "está praticamente em linha com o preço da marca líder da PMI, o Marlboro". Segundo o fabricante, cada bastão dura o mesmo tempo de um cigarro.
ABIFUMO
A Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo) defende que haja "uma regulamentação sensata e equilibrada com relação aos comumente denominados cigarros eletrônicos".
A entidade destaca que "a discussão deve ocorrer no âmbito legislativo competente e com a realização de estudos prévios quanto à eficácia e seus impactos, o que caso contrário irá prejudicar os fabricantes que atuam de forma lícita e favorecer o mercado ilegal".
"O país deveria trabalhar para ter estes produtos regulamentados, tendo em vista a potencial redução de danos se comparados aos produtos convencionais", diz a Abifumo.
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